Ana Rondon
a pintura é o corpo o corpo é a pintura
outubro de 2006
a pintura é o corpo o corpo é a pintura
outubro de 2006
Para o Projeto Vitrine Efêmera trabalhei questões como corpo – memória – identidade. Minha referência foi de ações que se desenrolaram em oficinas dentro de uma aldeia ashaninka no Acre, na comunidade Chapéu Mangueira e na intervenção urbana “cheiro de memória”, em Nova Iguaçu.
Mostro o processo de fatura das várias etapas da composição. De um lado do suporte vemos o início da pintura e do outro o final. O trabalho se dá a partir do acúmulo de diversas camadas de tinta, ora espessas ora transparentes. Algumas camadas são retiradas com folhas de papel manteiga que também são expostos na área interna do Estudio Dezenove como um registro das escolhas e decisões, uma espécie de registro temporal do processo. Na pintura as camadas revelam os caminhos das decisões, após muitas indecisões. Os erros podem ser incorporados e transformados em um novo início, em um novo contexto em uma nova combinação de forças.
Nosso corpo carrega uma memória que transcende as marcas aparentes sejam de dor ou prazer. Trazemos uma memória íntima tecida pela experiência do tempo, imagens, toques, perdas, cheiros, lugares, paisagens, pessoas.
“A pintura é o corpo o corpo é a pintura” para Vitrine Efêmera têm como intenção principal expor a transparência na pintura, peles de pintura. Pintura corpo, pintura memória, pintura abismo, pintura encontro, pintura matéria e espírito.
Ana Rondon