Higor Alcântara
Artista visual e fotógrafo é graduando em artes visuais - gravura pela EBA-UFRJ. Fragmentos da Vida Suspensa é uma série que parte da monotipia botânica – que por sua vez é um processo gráfico que constitui-se da obtenção da textura de plantas que têm a necessidade de serem impressas numa prensa ou prelo, tendo como qualidade uma tiragem única –. Tenho explorado uma abordagem singular no uso desta técnica que vai para além das plantas. Adentro um universo em que o lixo e os objetos descartados se tornam elementos fundamentais das composições. Através dessa abordagem, busco investigar criticamente a relação entre o mundo natural e o mundo construído pelo homem. Ao incorporar objetos que encontro no meu cotidiano e levá-los para o ateliê; como sacolas plásticas, máscaras descartáveis, solas de sapato e outros elementos, símbolos de nosso tempo; mergulho na experiência dos objets trouvé dos cubistas fazendo uma conexão com os ready-made duchampiano, amplio o espectro de materiais utilizados, explorando as texturas, formas e histórias presentes nos descartes. Considero essa série como um “mundo suspenso” no qual esses objetos ganham uma nova dimensão.
Nesses trabalhos o ato de ressignificar os objetos é uma forma de “levantar”, ou seja, produzir uma pulsão a partir do movimento, buscando a suspensão do mundo físico, por esse lado, as obras são como o sopro que abre caminhos que levam das coisas às palavras, como pensa o filósofo, professor e crítico de arte francês Jacques Rancière, traz à luz rotas que mostram os excessos de nossa sociedade que orbita a lógica capitalista, a lógica do acúmulo, da destruição desenfreada, da aniquilação em prol do produto, palavra que antecede a podridão. Essas impressões, ao integrar objetos descartados, querem criar um mundo sem gravidade, onde a natureza e a anti natureza, ou seja o lixo, se fundem buscando incitar uma reflexão sobre a sociedade de consumo, o descarte irresponsável e a beleza da diversidade de nossa flora.
Nesses trabalhos o ato de ressignificar os objetos é uma forma de “levantar”, ou seja, produzir uma pulsão a partir do movimento, buscando a suspensão do mundo físico, por esse lado, as obras são como o sopro que abre caminhos que levam das coisas às palavras, como pensa o filósofo, professor e crítico de arte francês Jacques Rancière, traz à luz rotas que mostram os excessos de nossa sociedade que orbita a lógica capitalista, a lógica do acúmulo, da destruição desenfreada, da aniquilação em prol do produto, palavra que antecede a podridão. Essas impressões, ao integrar objetos descartados, querem criar um mundo sem gravidade, onde a natureza e a anti natureza, ou seja o lixo, se fundem buscando incitar uma reflexão sobre a sociedade de consumo, o descarte irresponsável e a beleza da diversidade de nossa flora.