Osvaldo Carvalho
estigma
março de 2005
estigma
março de 2005
O estigma é uma marca, um sinal, tanto natural no corpo como infamante. O trabalho se constitui de 14 santas em gesso que apresentam perfurações aparentemente aleatórias ao longo do corpo, mas que na verdade estão vinculadas ao que as santas tem como sinal de pragmatismo, ou seja, por exemplo, N.Sra. das Dores que possui como simbolismo um coração cravejado por adagas, tem a imagem perfurada por uma brica. Através das perfurações flui a luz vermelha que possui também significados conotativos.
O estigma religioso une o ser santificado ao filho de Deus. O que quer dizer que aquele tocado pelas marcas do Salvador é também santificado. Neste trabalho apenas santas são apresentadas, não por acaso, mas pela conexão que se apresenta, a relação mútua que há entre o fato de a mulher ser estigmatizada com sangramentos mensais e, uma vez santificada, ter os estigmas da fé.
Santo é o que é puro, imaculado, respeitável, venerável. Entretanto, uma mulher não deixa de ser aquilo que a Natureza lhe fez.
O conflito entre natureza, o ser natural e Religião, o ser de fé, torna-se desvelado, mas incômodo; mostra-se evidente, mas ignorado.
Osvaldo Carvalho
O estigma religioso une o ser santificado ao filho de Deus. O que quer dizer que aquele tocado pelas marcas do Salvador é também santificado. Neste trabalho apenas santas são apresentadas, não por acaso, mas pela conexão que se apresenta, a relação mútua que há entre o fato de a mulher ser estigmatizada com sangramentos mensais e, uma vez santificada, ter os estigmas da fé.
Santo é o que é puro, imaculado, respeitável, venerável. Entretanto, uma mulher não deixa de ser aquilo que a Natureza lhe fez.
O conflito entre natureza, o ser natural e Religião, o ser de fé, torna-se desvelado, mas incômodo; mostra-se evidente, mas ignorado.
Osvaldo Carvalho