Diô Viana, nascido na Amazônia brasileira, compara seu processo criativo a “uma eterna viagem de barco pelo (rio) Amazonas escrevendo diários visuais”. Nesta comparação, vislumbra-se uma poética das águas. E dessa “viagem”, surge o conjunto de signos e procedimentos que compõem seu repertório. As imagens vão se construindo por sobreposição de camadas de signos, transparências e concentrações matéricas – traços, linhas, pontilhados, manchas, pontos em forma de gota, espaços vazios – acúmulos que intensificam a interpretação do movimento. O processo resulta numa espécie de camouflage, que induz uma observação mais atenta, um olhar sutil, para mergulhar na obra e decifrar quais as forças, seres e entes naturais que se encontram ali.